A MÚSICA E A APRENDIZAGEM


Crianças que têm contato com música aprendem a ler e a escrever com mais facilidade

A Música e a aprendizagem


Luiza Tenente

“Tudo começa na fase de musicalização: de forma lúdica, sem ainda formalizar conhecimentos, a criança desenvolve a percepção auditiva. Ela é capaz de distinguir um som agudo de um som grave. Se ouvir uma valsa e, em seguida, uma marcha, perceberá também a mudança de ritmo. Crianças que aprendem a cantar e a tocar instrumentos têm melhor desempenho em leitura e em escrita. Elas conseguem distinguir sons com mais facilidade que as demais e não têm dificuldade de concentração em ambientes agitados. A memória operacional se desenvolve e faz com que a criança escute uma música e preste atenção ao que está sendo cantado. Ela consegue absorver a mensagem e o sentimento transmitido. Esse mesmo processo é encontrado ao ler um livro, que exige a concentração para dar significado à história. Acredite: até o aprendizado de matemática é auxiliado, considerando que os números são símbolos, assim como as notas musicais.”

Pode ser no carro, na sala de aula ou na festa de aniversário. Ouvir música com as crianças é sempre uma delícia, certo? O contato precoce com este tipo de arte ainda é capaz de beneficiar o aprendizado do seu filho. Cantar e tocar instrumentos faz com que ele estimule áreas neuronais que serão trabalhadas futuramente em outras funções – como nos cálculos matemáticos ou na leitura de textos.
Tudo começa na fase de musicalização: de forma lúdica, sem ainda formalizar conhecimentos, a criança desenvolve a percepção auditiva. “Ela é capaz de distinguir um som agudo de um som grave. Se ouvir uma valsa e, em seguida, uma marcha, perceberá também a mudança de ritmo”, explica Margarete Kischi Diniz, coordenadora de música do Colégio Porto Seguro, na unidade Morumbi (SP). Essa percepção só é possível porque há um estímulo na região cerebral denominada córtex auditivo. Além disso, ouvir uma canção trabalha a coordenação motora, já que seu filho sentirá o ritmo e o reproduzirá com movimentos corporais – aqueles passos de dança que encantam a família.
Aos 6 anos, em geral, a escola passa a formalizar o ensino musical, apresentando técnicas para tocar instrumentos, notas musicais e partituras. E é justamente esse tipo de conhecimento que auxiliará o processo de alfabetização da criança. “Os princípios de aprender uma canção e de ler um texto são muito parecidos. É a transformação da língua falada em símbolos que precisam ser decodificados”, esclarece Antonio Carlos de Farias, neurologista do Hospital Pequeno Príncipe (PR). Compare: a partitura passa a ser o símbolo que traduz o som ouvido. A palavra escrita segue a mesma lógica, já que é uma representação no papel do que é ouvido nas conversas.
Essa relação foi também comprovada por um estudo recente organizado pela Northwestern University, nos Estados Unidos. Crianças de 9 a 10 anos foram divididas em dois grupos: o primeiro teve lições de música por dois anos e o segundo, nenhum contato escolar com a disciplina. Após o período, os cientistas descobriram que aquelas que aprenderam a cantar e a tocar instrumentos tiveram melhor desempenho em leitura e em escrita. Elas conseguiam distinguir sons com mais facilidade que as demais e não tinham dificuldade de concentração em ambientes agitados.
Além disso, a música é um excelente incentivo à linguagem, por auxiliar na aquisição de vocabulário. Até a interpretação de texto é beneficiada pelo contato com as canções. “A memória operacional se desenvolve e faz com que a criança escute uma música e preste atenção ao que está sendo cantado. Ela consegue absorver a mensagem e o sentimento transmitido. Esse mesmo processo é encontrado ao ler um livro, que exige a concentração para dar significado à história”, explica o neurologista. Acredite: até o aprendizado de matemática é auxiliado, considerando que os números são símbolos, assim como as notas musicais.
Em casa
De acordo com a lei nº 11.769, de 2008, a música deve ser conteúdo obrigatório na Educação Básica de todas as escolas brasileiras. O objetivo da exigência não é formar músicos, e sim desenvolver a sensibilidade e a integração dos alunos. Mas atenção: você também deve estimular o contato de seu filho com a música em casa.
Se a criança perceber que os pais valorizam este tipo de arte, também tenderão a apreciá-lo. Não adianta apresentar uma canção de forma artificial – a introdução precisa ser lúdica. Presenteá-la com um tamborzinho ou dançar junto com ela são formas criativas de iniciar o contato.
É importante que você tome certos cuidados: não coloque o som em um volume muito alto, já que a audição da criança ainda não está totalmente amadurecida. E coloque um ritmo compatível à faixa etária – um bebê preferirá algo calmo, como música clássica. O rock pesado pode esperar um pouquinho, certo?
Aproveite o momento de escutar música em família para enriquecer o repertório cultural do seu filho. Apresente a ele tanto compositores nacionais como internacionais, para que, aos poucos, ele desenvolva uma preferência pessoal. E mais: que tal, a cada faixa, contextualizar a obra? Diga em que época a canção foi criada, em que país ela se originou, como são os costumes daquele local. Será uma brincadeira divertida – e os resultados serão para a vida toda!

bebês; banda; música (Foto: Thinkstock)



Escutar música antes de nascer ajuda a desenvolver o cérebro do bebê

Pesquisa comprova que os recém-nascidos já são capazes de captar informações ainda na barriga da mãe e que os efeitos desse conhecimento prematuro podem durar por muito tempo

Por Andressa Basilio - atualizada em 08/11/2013 17h46

música; grávida; cérebro; gestante (Foto: Thinkstock)
Você sabia que aquela canção que você adora ouvir pode ser muito importante para o seu filho? Pesquisadores da Universidade de Helsinki, na Finlândia, descobriram que ouvir música ao longo da gestação ajuda a desenvolver o cérebro do bebê.

O estudo foi feito com 12 grávidas, divididas em dois grupos, e seus bebês após o nascimento. O primeiro grupo ouviu a música “Twinkle Twinkle Little Star” (ou ‘Brilha, brilha estrelinha’, como ela é conhecida no Brasil) cinco vezes por semana durante o último trimestre de gravidez. Já o outro não teve contato com músicas no mesmo período.

Quando os bebês chegaram, os pesquisadores mediram suas atividades cerebrais uma vez logo após o nascimento e outra aos 4 meses. Partindo do já conhecido fato de que os bebês guardam memória sobre o que vivenciam enquanto estão na barriga, a ideia do estudo era identificar se existia diferença entre o que os dois grupos de recém-nascidos - os que ouviram música e os que não ouviram - haviam aprendido. Surpreendentemente, a atividade cerebral era muito mais forte e duradoura nas crianças que foram expostas à canção ao longo da gravidez.

Um dos autores, Eino Partanen, ressaltou em comunicado oficial que os bebês são capazes de aprender mesmo quando muito jovens, e que os efeitos dessa aprendizagem permanecem no cérebro durante um longo período de tempo.

De acordo com o neuropediatra da Universidade Federal de São Paulo, Mauro Muszkat, por volta da 26ª semana de gravidez, o feto já está com o sistema neurológico e de audição totalmente formados e prontos para atender aos estímulos do mundo de cá. Por isso, grávidas, façam uma lista com suas músicas favoritas e apertem o play sem moderação!


Fonte:http://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Desenvolvimento-do-bebe/noticia/2013/11/escutar-musica-antes-de-nascer-ajuda-desenvolver-o-cerebro-do-bebe.html


Comentários