O QUE FAZER SE SUAS FOTOS ÍNTIMAS FOREM DIVULGADAS NA INTERNET ?

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O que fazer se as suas fotos íntimas forem divulgados na internet?

A hora, existem diversas promessas de que aqueles materiais nunca serão exibidos para ninguém

Muitos jovens conhecem este roteiro: duas pessoas se conhecem, começam a namorar, têm relações íntimas e em alguns casos permitem que o parceiro ou a parceira façam filmagens ou tirem fotografias desses momentos. Na hora, existem diversas promessas de que aqueles materiais nunca serão exibidos para ninguém. No futuro, o casal rompe o relacionamento e o detentor dos materiais decide se vingar.
E é dessa forma que fotografias e vídeos íntimos chegam — sem autorização — aos servidores da internet, sendo disseminados rapidamente depois disso. As formas são inúmeras, indo desde os grupos de mensagens no WhatsApp até sites especializados em vazamentos de conteúdos deste tipo. Assim surgem diversos problemas, sendo que os principais são o constrangimento e a “culpabilização da vítima”.
Mas como fazer para evitar que isso aconteça ou minimizar os danos que podem ser causados pela divulgação ilegal dos conteúdos pessoais? É o que nós vamos ensinar agora mesmo. Todos os passos mencionados são igualmente importantes, sendo que também dedicamos um trecho deste artigo para mostrar como tentar barrar o avanço dos materiais, mesmo que você não seja diretamente atingido.
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Solicite a remoção aos sites em que o conteúdo está hospedado
Há uma gigantesca quantidade de vídeos e fotografias ilegais sendo hospedada diariamente em muitos sites de conteúdo adulto. Isso vale para serviços de streaming de vídeos, galerias de fotos e diversos outros tipos. Apesar de serem grandes as chances de eles estarem também copiados em computadores e celulares de usuários, é por meio dos sites que eles são espalhados com mais velocidade.
Por essa razão, é bem importante que você entre em contato com os sites que estão armazenando conteúdos ilegais, pedindo para que todo o material seja excluído o mais rápido possível. As formas de realizar isso variam de acordo com cada site, mas por padrão isso acontece com o envio de mensagens por meio de formulários presentes nos próprios.
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O site RedTube disse ao Gizmodo que as retiradas de conteúdos são bem rápidas. As pessoas ofendidas só precisam enviar um email com o link dos vídeos que precisam ser excluídos e uma foto com um documento de identificação, provando que a pessoa do vídeo é a mesma que está exigindo a exclusão. O PornHub também possui algo similar, deixando claro que os servidores dele não são para “Revenge Porn”.
Para deixar claro, este é o termo utilizado para os conteúdos divulgados ilegalmente por vingança ou qualquer outra motivação similar. Mas vale dizer que os sites permitem que os materiais sejam removidos também em outros casos, como vazamentos por roubos de aparelhos ou quaisquer outras razões. Lembre-se: se você não quer a sua imagem no ar, é seu direito retirá-la.
Use a lei ao seu favor
Qualquer forma de exibição não autorizada de alguma pessoa pode ser caracterizada como ilegal e pode ser combatida na justiça. Se um ex-namorado divulgou fotos suas na internet, você pode processá-lo por divulgação de material sem autorização — ainda não existe uma Lei específica para o revenge porn. Se a divulgação começou depois do roubo de um aparelho, elas podem ser usadas como provas contra os criminosos.
É bem difícil que você consiga processar um site que hospeda seus conteúdos — a menos que você tenha como provar que pediu para que eles sejam excluídos e que seus pedidos foram rejeitados. Por outro lado, tendo como provar quem disseminou as primeiras cópias, é possível autuar judicialmente o responsável pelo início de todo o problema.
Chantagens: como lidar?
Outro ponto que precisa ser ressaltado: a publicação de conteúdos desse tipo raramente vem sozinha. São muitos os casos em que, antes de fotos ou vídeos serem postados na internet, o detentor deles se aproveita da “vantagem” para fazer chantagens de diversos tipos. Há até mesmo quem peça dinheiro, mas os casos mais comuns pedem “a volta” do relacionamento.
Sempre guarde essas ameaças, pois elas podem ser usadas como provas posteriormente. Mas, mais importante do que isso, elas podem ser usadas para fazer com que a outra pessoa seja impedida de fazer qualquer coisa com os materiais que possui. E você imagina como isso pode acontecer?
Faça um B.O
Isso mesmo que você acabou de ler: faça um boletim de ocorrência. Chantagens não são legais — nem do ponto de vista moral e nem do ponto de vista judicial —, por isso você pode acionar a polícia caso seja vítima de uma. É importante procurar delegacias especializadas para facilitar o processo — confira aqui uma lista com algumas das principais —, mas, se a sua cidade não conta com nenhuma, procure a Delegacia principal.
O ofensor será notificado, o que pode ser considerado um agravante judicial caso ele decida publicar os conteúdos mesmo assim. Se as ameaças persistirem, é possível ainda obter medidas de restrição contra quem está insistindo nas chantagens — você pode ver um caso em que o ofensor acabou na cadeia por este link.

Publicado Por: Ricardo Caetano

Fonte:http://180graus.com/noticias/o-que-fazer-se-as-suas-fotos-e-videos-intimos-forem-divulgados-na-internet

Falsos namorados que fazem de você numa atriz pornô


Sim, é repugnante. Você acha que encontrou um cara bacana e o tal grava os momentos mágicos que passaram juntos e exibe sem pudor sua intimidade aos amigos. Pior: qualquer mulher solteira corre o risco de topar com um fulano assim... O que fazer? Pedimos a uma psicóloga que explicasse o que move um cafajeste desses (e inclusive ouvimos um), mostramos a dimensão que um vídeo clandestino pode ganhar na internet, indicamos as atitudes espertas para jamais cair em roubada igual. Além disso, um delegado e um advogado contam quais providências tomar se você for vítima.
Diretor de filme pornô em pele de príncipe encantado
Você, tanto quanto nós, deve perguntar: por que aparentemente bons partidos agem dessa forma? \"Vangloriar-se das experiências sexuais é um comportamento masculino antigo\", analisa Rosa Avello, psicoterapeuta com especialização em sexualidade humana pelo Instituto Sedes Sapientiae. \"Faz parte da necessidade de autoafirmação do adolescente. Adolescente, sim. Embora a idade dos rapazes não permita classificá-los como tal, essa fase tem, nas últimas décadas, se prolongado até perto dos 30 anos. O que chama a atenção é o fato de se empenharem em produzir uma \'prova\' que ateste a veracidade da bravata.\" Não basta insinuar \"Sou bom de cama\", é preciso mostrar.
Na opinião da expert, esse comportamento também reflete a atitude individualista recorrente hoje, a dificuldade de estabelecer relacionamentos éticos, o exibicionismo tão enaltecido e estimulado pelos reality shows. É, o rapaz quer ficar famoso... e extrapola. \"Essa postura, a meu ver, tem tudo a ver com a cultura corporativa atual, que vem determinando os padrões de conduta\", opina Rosa. \"Pense comigo: passamos mais da metade do dia no trabalho, onde o cenário é ultracompetitivo e o que tem valor é o lucro e a liderança. Ganha pontos quem produz resultados que podem ser repetidos, avaliados e comparados\", fala a psicoterapeuta, lembrando que esses rapazes certamente buscam, com a tecnologia, submeter seus feitos à aprovação dos outros! Rosa continua: \"E, quanto mais ousada for a experiência sexual gravada ou fotografada, mais valor tem no \'mercado\', porque evidencia a destreza e o domínio do autor nos \'negócios da cama\'\".
O pior é que eles encaram a iniciativa de filmar e fotografar cenas tão íntimas, sem o consentimento da outra parte, como \"brincadeira\". Eduardo, 27 anos, confessa que já cansou de ter transas pós-balada filmadas por amigos. \"A intenção era assistir e dar risada. Depois a gente apagava, pois perdia a graça. A maioria dos caras que eu conheço já fez isso. E muitas vezes as garotas sacavam, mas nunca fizeram nada\", conta. Eduardo só se arrependeu da \"brincadeira\" no dia em que um colega perdeu uma gravação dele recebendo sexo oral de uma garota. \"Pode ser que hoje eu seja astro pornô e nem saiba\", fala, meio bravo. Trocando em miúdos, quando a pimenta era nos olhos das moças, ele não se incomodava. Mas quando caiu nos dele...
Orgasmo online para quem quiser assistir
Se ter momentos íntimos gravados sem o consentimento da garota e exibidos em petit comitê já é suficientemente humilhante, imagine se o vídeo cai na internet! Em 2005, uma mãe carioca denunciou ao Ministério Público que sua filha, menor, sofreu esse tipo de exposição na internet. A notícia foi parar na tevê, e o \"vídeo do Klaus\" ganhou notoriedade mundial. No filme, um garoto aparece no quarto do primo transando com a menina e acenando para a câmera. O vídeo vazou depois que algum amigo o disponibilizou na rede. O que aconteceu com ela? Mudou de cidade para fugir do constrangimento. A BBB9 Maíra Cardi também evita comentar o auê criado por causa de imagens gravadas de celular no passado, em que ela fazia sexo oral no ex-marido (seu noivo na época). Ela conta que o aparelho foi roubado e o arquivo, divulgado via e-mail. No vídeo, a fonoaudióloga olha para a câmera e diz: \"O que você está fazendo? Você não está filmando não, né?\"
\"Esse comportamento masculino de divulgar cenas de sexo existe há tempos\", diz o delegado José Mariano de Araújo Filho, da Delegacia de Delitos por Meio Eletrônico de São Paulo. \"No entanto, a sensação de anonimato que a internet cria potencializa a possibilidade de acontecer.\" Antes, era preciso revelar as fotos, fazer cópias e distribuí-las. Hoje, a informação dá a volta ao mundo em minutos! Existem até sites em que é permitido postar vídeos de sexo explícito - os famosos PornTube.com e YouPorn. Especialistas acreditam que não sejam poucas as \"estrelas pornôs\" amadoras a cair ali sem saber. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança de São Paulo, de mil inquéritos relacionados a crimes virtuais em andamento em 2007, 60% tratava-se de crimes contra a honra - como muitas vezes é classificada a divulgação sem consentimento de imagens íntimas.
Luz, câmera, punição
Não custa repetir: divulgar imagens íntimas sem consentimento é crime contra a honra. Se alguém - uma conhecida em comum, por exemplo - topar testemunhar que o sacana andou mostrando um vídeo de vocês transando, dá para levar o caso ao tribunal e conseguir uma indenização, assim como se ele postar na rede. Alexandre Atheniense, advogado especializado em internet, cuida de pelo menos dez casos desse tipo por mês e explica por que se ouve falar pouco sobre isso: \"É um assunto delicado, e a maioria das vítimas deseja apenas tentar tirar o conteúdo ofensivo do ar, o que pode ser feito rapidamente e sem nenhuma ação judicial. Mais difícil é investigar a autoria da violação e requerer punição. Poucas optam por esse processo\", diz. De qualquer maneira, o conselho dele e do delegado José Mariano é, antes de mais nada, procurar um advogado. \"Para tentar minimizar os danos, exigindo dos provedores que tirem o conteúdo da rede, e orientar sobre quais outras providências tomar\", orienta o dr. Mariano.
Apagado o incêndio, é hora de decidir ir ou não à Justiça. As ações possíveis são de dois tipos: penal e civil. A primeira visa responsabilizar criminalmente quem exibiu ilegalmente as imagens. E, desde que não existam outros crimes relacionados (como ameaça), as penas mais prováveis são as alternativas (pagamento de cestas básicas, por exemplo). \"Mas conseguir provas de que o e-mail com as fotografias da vítima nua foi enviado intencionalmente por um rapaz é difícil e algumas vezes não se consegue\", reconhece o advogado especializado em propriedade intelectual Carlos Eduardo Aboim, do Rio de Janeiro. Já a segunda ação requer que o responsável indenize a vítima. \"Esse tipo de conduta é considerado extremamente ofensivo e imoral do ponto de vista cível\", reforça o dr. Aboim. Prova disso é que, no início deste ano, um empresário mineiro foi condenado a pagar indenização de 30 mil reais por danos morais à ex-namorada, acusado de ter fotografado os dois durante uma relação sexual e divulgado na internet em vez de apagar as imagens, como prometera. Elas foram parar em sites pornográficos e em panfletos, e a moça também mudou de cidade para fugir do constrangimento.
Longe dos flashes humilhantes
Como escapar desses desclassificados capazes de seduzir com promessas de amor e depois exibir suas curvas em uma sessão de cinema X-rated? Aqui vão algumas sugestões:
Escolher território neutro
Você conheceu o cara, a química foi instantânea e querem terminar o primeiro encontro entre os lençóis. Melhor do que ir apagar todo esse fogo no território dele é procurar um ambiente neutro, como o motel. Até a sua casa é mais segura.
Manter os pés no chão
Acha que o tal é bacana, mas ainda não tem certeza? Nada de exagerar na bebida ou dormir nos braços dele. Assim, não corre o risco de ser fotografada nua na cama com a câmera do celular.
Apagar a luz
Parece bobagem, mas o escuro ajuda a impedir que câmeras comuns sejam usadas. Além disso, estranhe se ele insistir para que os amassos quentes ou a transa rolem em algum ponto específico do quarto. Por acaso tem algum computador ou armário entreaberto? Lá pode estar a câmera que vai fazer você se arrepender de ter dado bola a esse sujeito.
Namorar, namorar
\"Hoje, ninguém quer perder tempo, tudo é urgente. Isso tem consequências\", alerta a psicoterapeuta Rosa Avello. \"É importante conhecer o caráter do rapaz para descobrir que tipo de relação ele tem em mente\", diz. \"Não dá para acertar o alvo com os olhos fechados.\"
Depoimentos de quem já se faz passar por diretor de cinema
• Flávio*, 30 anos, é moreno, alto, bonito, empresário, mora sozinho, pratica esportes... e filma as garotas que leva para casa. Ele esconde a câmera no capacete que usa para fazer ciclismo. E grava as transas sem que ninguém desconfie. Depois? Faz sessões de cineminha pornô para os amigos.
• Airton, 26 anos, é loiro, estuda cinema, divide a casa com dois amigos. Curte cachorros... e também assistir às próprias acrobacias eróticas. Ele coloca a câmera dentro do armário e aperta o rec enquanto a mulher que acabou de conquistar imagina que vai fazer amor com o homem dos seus sonhos.
• Renato, 25 anos, tem olhos claros, trabalha com informática, mora com os pais. Um de seus hobbies é levar as paqueras ao motel e fotografá-las nuas assim que pegam no sono. Depois, envia os retratos para os amigos por celular ou e-mail, mostra aos colegas mais animados do trabalho...
* Os nomes foram trocados para preservar a identidade dos entrevistados
Publicado Por: Fábio Carvalho

Fonte:http://180graus.com/noticias/falsos-namorados-que-fazem-de-voce-numa-atriz-porno-322379.html

Delegada alerta: cuidado com os vídeos íntimos. Saiba mais!

Na maioria dos casos, imagens foram feitas com consentimento

Quem fantasia se tornar protagonista de um ensaio sensual ou um filme, digamos, mais íntimo, deve ter cuidado redobrado nos dias de hoje. Com a facilidade de captação e proliferação de imagens da era digital, cresce o número de registros em delegacias de vítimas de ex-companheiros e de ex-companheiras que tornaram pública a intimidade do casal.
“Isso aumentou cerca de 50% nos últimos anos e tende a dobrar”, conta a delegada da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática do Rio, Helen Sardenberg. Segundo ela, a maioria dos registros é feito por mulheres que permitiram que as imagens fossem feitas.
“A mulher tem maior preocupação com a honra, enquanto o homem sai como garanhão. Eles usam o material como chantagem ou vingança. Mas também acontece de a mulher enviar o material para a atual do ex”, completa, e avisa: “hoje qualquer um carrega uma câmera. Essa era da digitalização exige novos hábitos para se ter proteção”.
Ex-marido se vingou em sites
Há quatro anos separada do ex-marido, uma educadora, de 32 anos, que não quis se identificar, não imaginava que teria que ter tal proteção com o pai de sua filha. Soube por um amigo que fotos íntimas do casal estavam em sites de fotos caseiras. “Foi uma situação superconstrangedora. Fiquei muito chocada, com medo de abrir as fotos e fui fazer uma busca. Havia site que tinha até comentário”, lembra.
O próximo passo foi anotar os endereços online e seguir para a delegacia. \"Mandei e-mails para os sites e, na maior parte, eles retiraram as fotos”, contou ela, que ligou para o ex pedindo explicações. “Ele confessou e disse que fez num momento de raiva. Foi uma atitude nojenta, de falta de respeito, de limite, de tudo”, desabafa.
Sexo na rede
Cercada de câmeras no último Big Brother Brasil, Maíra Cardi teve que encarar a exposição além do confinamento quando deixou o programa e soube que um vídeo seu num momento de intimidade com o ex-marido foi parar na internet. “Nem sabia que o vídeo tinha sido gravado, achava que era montagem. Só chorava, o mundo inteiro me julgando, e eu era uma vítima”, lembra ela, que contratou advogados para tentar tirar o vídeo da rede.
Segundo ela, as imagens foram registradas por uma câmera de celular, sem seu consentimento. Pouco depois da gravação, o ex trocou de celular e lhe deu o aparelho antigo. “Eu fiquei com ele e perdi no aeroporto há algum tempo. Isso pode acontecer com qualquer um”, defende-se.
Pais devem monitorar acessos
Mesmo depois da determinação judicial, nem sempre o dano é completamente reparado. “Uma vez que essas imagens estão na internet, não há como se recuperar completamente. É como abrir um travesseiro de penas do alto de um prédio”, compara a delegada.
“Antes você tinha a foto em papel e o negativo, hoje uma mídia eletrônica transforma aquele conteúdo em milhões de acessos e a informação pode ser trocada por e-mail, msn, celular, sites de downloads”, alerta ela.
De acordo com Sardenberg, há casos em que quem descobre a “vingança” é o atual compahneiro ou até o pai de quem aparece nas imagens. Ela sugere que pais não só abordem o assunto, como verifiquem os sites de relacionamentos dos filhos e determinem limites.
“Entre as regras do Orkut, está o uso para maiores de 18 anos, mas todo pai deixa seu filho ter um. É um ambiente extremamente perigoso, é preciso mostrar como usar e falar dos riscos”, diz ela.
Fonte: Do G1
Publicado Por: Fábio Carvalho

Fonte:http://180graus.com/noticias/delegada-alerta-cuidado-com-os-videos-intimos-saiba-mais-230744.html

Época, IstoÉ e Veja usam Caso Júlia para alertar sobre 'Internet e sexo'



Matéria de Veja fala dos Casos Julia Rebeca e Giana Laura e faz alerta

Reportagem traz ainda sete dicas para não ter sua intimidade divulgada na internet:

Saiu, neste domingo (24/11), na Veja Online nova reportagem sobre o Caso Júlia Rebeca, da jovem que tirou a própria vida há cerca de vinte dias na cidade de Parnaíba.
Desta vez uma matéria sobre como os casos de exposição na Internet têm levado jovens à morte e cita, além de Júlia, que tinha 17 anos, Giana Laura Fabi, de 16 anos, que também foi encontrada morta após imagens dela vazarem na Internet.
Na matéria da Veja Online, a respeito do Caso Júlia, lembra que "nesses casos, os culpados respondem pelos chamados crimes contra a honra - injúria e difamação -, previstos no Código Penal com pena que varia de três meses a um ano".
CONFIRA NA ÍNTEGRA:
Sexo e internet: quando a exposição pode levar à morte
Casos de duas adolescentes que se suicidaram após ter imagens íntimas divulgadas na internet apontam os riscos de expor a privacidade nas redes
-Mariana Zylberkan
No último dia 14, a estudante gaúcha Giana Laura Fabi, de 16 anos, foi avisada por uma amiga do colégio que uma foto em que aparece nua havia sido espalhada pela internet. Três horas depois, Giana foi encontrada morta em seu quarto pelo irmão. Segundo a polícia, ela se enforcou com uma corda. Quatro dias antes, a 4.000 quilômetros da cidade gaúcha de Veranópolis, outra adolescente, Júlia Rebeca Pessoa, de 17 anos, também se enforcou depois de receber pelo celular um vídeo no qual ela fazia sexo com uma amiga e um rapaz, todos menores de idade, na cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí.
A prática de produzir e distribuir fotos e vídeos íntimos nas redes sociais, conhecida como sexting, é expressiva no Brasil. De acordo com uma pesquisa da ONG Safernet, que será divulgada no próximo dia 1º de dezembro, 20% dos 2.834 usuários entrevistados já receberam textos ou imagens co teor erótico, e 6% admitem que enviaram esse tipo de conteúdo. A ONG calcula que ao menos 1.500 casos de vazamento de fotos íntimos envolvendo adolescentes e adultos aconteceram no último ano e meio. No entanto, disparar imagens ou vídeos íntimos, na maioria das vezes feito em tom de brincadeira entre os adolescentes em fase de iniciação sexual, caracteriza-se crime quando envolve menores de idade.
Tanto no caso de Giana quanto de Júlia, a polícia investiga os responsáveis pela disseminação das imagens - ambas consentidas. Giana foi vítima de um garoto com quem trocava mensagens no Skype e para quem mostrou os seios na webcam. O rapaz capturou a imagem e repassou para outros cinco amigos. Foi o suficiente para a foto de Giana, nua, se espalhar pela internet. “Ela era uma menina 100% alegre. Nunca teve depressão e nem nada do tipo, era rodeada de amigos. Só que também era muito decidida. Ela se apavorou e acabou tomando essa decisão”, diz o pai de Giana, Marcos Fabi.
Pelo ângulo como o vídeo foi captado, presume-se que foi Júlia quem filmou toda a ação, mas a Polícia Civil do Piauí ainda investiga a morte. Os condenados nesses casos podem responder por até três crimes -– produzir, armazenar e divulgar esse tipo de material – previstos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Desde 2008, foram estabelecidas três penas diferentes para quem capta, armazena e distribui imagens de sexo envolvendo crianças e adolescentes. Juntas, essas penas vão de oito a dezoito anos de reclusão. Nos últimos quatro anos, a Polícia Federal prendeu cerca de 300 pessoas envolvidas nesses crimes.
O rigor jurídico previsto para casos envolvendo adolescentes desaparece, entretanto, quando se trata de vítimas maiores de idade. Nesses casos, os culpados respondem pelos chamados crimes contra a honra - injúria e difamação -, previstos no Código Penal com pena que varia de três meses a um ano. A defesa da goiana Fran Santos, de 19 anos, tenta enquadrar o ex-namorado Sérgio Henrique Alves, de 22 anos, na Lei Maria da Penha por agressão, após ele ter divulgado vídeo íntimo do casal. Ele nega ter distribuído o vídeo.
Por causa da repercussão das imagens, Fran deixou o emprego de vendedora em uma loja em Goiânia (GO) e praticamente não sai mais de casa. “Me senti humilhada, por tudo que li e vi. A sociedade é muito cruel”, disse Fran ao site de VEJA. Apesar do sofrimento, ela foi capaz de ir à delegacia e fazer a denúncia, atitude que se tornou impossível para as duas adolescentes que sucumbiram ao desespero.
A atitude extrema de acabar com a própria vida é explicada, em partes, pela relação intrincada entre as redes sociais e a vida social dos adolescentes. Prova disso é que tanto Giana quanto Júlia escolheram o Twitter para externar a angústia diante do vazamento das imagens. “Hoje à tarde eu dou um jeito nisso. Não vou ser mais estorvo para ninguém”, escreveu Giana no dia de sua morte. “Eu te amo, desculpa não ser a filha perfeita, mas eu tentei”, escreveu Júlia à mãe, também antes de se enforcar. As duas famílias dizem que só tomaram conhecimento do vazamento das imagens após as mortes.
Aceitação social - A busca por reconhecimento público é exacerbada na era da internet. Na adolescência, essa necessidade de aceitação é ampliada. É por meio dela que os jovens constroem a própria identidade, testando as reações provocadas por seus comportamentos. “Quando essas relações sofrem um abalo, o sofrimento é enorme porque quase toda a vida social dos adolescentes está relacionada à internet. Para eles, a imagem pública tem mais valor até do que a percepção de si mesmo. A morte social hoje na internet é sinônimo de morte literal”, diz o psicólogo Rodrigo Nejm, diretor da ONG Safernet.
Não é preciso um fim trágico para casos de vazamento de imagens de sexo envolvendo adolescentes ser passível de sofrimento para toda a família. O delegado do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) Ronaldo Tossunian afirma que recebe quase diariamente famílias desesperadas pedindo ajuda para tirar do ar fotos em que menores de idade aparecem nus ou em cenas de sexo. “Os filhos têm medo de falar com os pais e chegam aqui quando as imagens já estão espalhadas para todos os lados. É quase impossível reverter, torna-se uma cicatriz virtual para sempre.”
Desde 2011, o Deic não dispõe mais da Delegacia de Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos, que investigava casos desse tipo no Estado de São Paulo. Segundo Tossunian, a medida foi tomada para priorizar o combate ao crime patrimonial. As queixas passaram a ser encaminhadas para distritos policiais quando há envolvimento de adultos e para o Grupo Especial de Combate a Pornografia Infantil e os Crimes de Ódio da Policia Federal quando a vítima é menor.
O delegado afirma que mesmo os casos em que o acusado de espalhar as fotos é um menor de idade é preciso prestar queixa, porque há aliciadores de tráfico de pessoas e pedófilos prontos para se aproveitar da situação. A polícia do Piauí mandou tirar do ar um site que vendia o vídeo em que a adolescente Júlia Rebeca aparece fazendo sexo por 4,90 reais. A comercialização será investigada pela PF, que tenta rastrear números de cartões de crédito de quem comprou e vendeu os vídeos.
Tipificação - Nos Estados Unidos, a prática do sexting entre adolescentes é igualmente disseminada. De acordo com uma pesquisa feita pelo departamento de psicologia da Universidade de Utah, 20% dos estudantes do Ensino Médio já fizeram autorretratos nus ou em cenas de sexo e os enviaram a amigos pelas redes sociais.
No país, a discussão sobre a tipificação desse tipo de crime se intensificou em 2009, mas apenas a partir do ano passado foram aprovadas leis que estabelecem penas. Atualmente, só quatro Estados – Havaí, Pensilvânia, Dakota do Sul e Nova York – preveem penas para quem produz, armazena e envia imagens de nudez e sexo explicito envolvendo adolescentes.
No Brasil, o deputado federal Romário (PSB-RJ) apresentou projeto de lei que torna crime com pena de até três anos de prisão a divulgação indevida de vídeos e fotos de conteúdo íntimo.
Sete dicas para não ter sua intimidade divulgada na internet:
1-Prevenção
Segundo orientações da ONG Safernet Brasil, para evitar ter a privacidade devastada nas redes sociais, o ideal é não produzir fotos íntimas no ambiente virtual. Apesar de representar uma restrição ao livre uso da internet, a recomendação é válida já que o controle sobre qualquer conteúdo virtual é praticamente impossível. “Você colocaria fotos íntimas no mural da escola ou sairia distribuindo em um shopping center? E por que então fazer isso na internet, espaço que também é público?”, convida à reflexão cartilha elaborada pela ONG.
2-Aliciadores
Desconfie sempre de desconhecidos que pedem para receber fotos ou se comunicar por meio da webcam em salas de bate-papo ou em redes sociais. Nunca se tem certeza de quem está do outro lado. Aliciadores agem ganhando a confiança da vítima e, depois, manipulam imagens enviadas inocentemente e fazem montagens para chantagear. Nessas situações, bloqueie o usuário e acione a polícia.
3-Criptografar
Existem serviços que criptografam mensagens e impedem pessoas desautorizadas de acessar seu conteúdo. A medida é útil para quem quiser exercer o poder de sedução por meio da internet com segurança.
4-Denuncie
No caso de receber via internet qualquer tipo de conteúdo pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes, deve-se prestar queixa à polícia por se tratar de um crime. A denúncia pode ser feita no Disque 100 (canal de comunicação do Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos), em qualquer delegacia ou ao conselho tutelar mais próximo.
5-Peça ajuda
Toda vítima de vazamento de fotos íntimas na internet deve procurar orientação de um advogado após fazer denúncia à polícia. Se alguém conhecido estiver passando por isso, o encoraje a denunciar.
6-Ao vivo
É preciso ter cuidado ao usar a twitcam (ferramenta que permite usuários do Twitter transmitir conteúdos ao vivo). O que é dito ou exibido na rede pode ser visto instantaneamente por pessoas do mundo inteiro – inclusive as más intencionadas.
7-Ajuda profissional
Caso passe pelo constrangimento de ter fotos íntimas espalhadas pela internet, é importante procurar um psicólogo para enfrentar a situação. O cyberbullying pode ser devastador para a autoestima, o que pode causar depressão e estresse pós-traumático.
Publicado Por: Allisson Paixão


Fonte:Revista Veja,24/11

Tema é capa da edição de Época, que debate sobre o uso vingativo desse tipo de conteúdo

As edições das revistas Veja, IstoÉ e Época que chegam às bancas nesta semana, trazem o debate sobre o tema da exposição na internet, pautados nos casos envolvendo as jovens Julia Rebeca, piauiense achada morta após a divulgação de um vídeo íntimo via WhatsApp, e ainda da gaúcha Giana Laura, de Veranópolis, que também decidiu tirar a própria vida depois que conteúdos íntimos foram parar na web.
O tema é capa da edição de Época, que debate sobre o uso vingativo desse tipo de conteúdo e a fragilidade da legislação para a punição desse tipo de crime, já que estes ainda não são claramente previstos no Código Penal existente. As reportagens trazem ainda o depoimento de Fran, que virou “meme” na internet depois que m vídeo de sexo foi parar em mãos erradas. Ela acabou sendo obrigada a mudar quase tudo na vida, se isolar e hoje luta contra o assédio violento pelo preconceito contra o sexo.
VEJA NAS REPORTAGENS DIVULGADAS
*Trecho de Época
Sexo, chantagem e internet

O suicídio de duas adolescentes depois do vazamento de imagens íntimas acordou o Brasil para os perigos da exposição nas redes sociais. Faltam leis para punir quem divulga vídeos e fotos. Falta controle das empresas
As estudantes Giana Laura, de 16 anos, e Júlia Rebeca, de 17 anos, nunca se conheceram. Separadas pela extensão geográfica do país – Giana em Veranópolis, Rio Grande do Sul, e Júlia em Parnaíba, litoral do Piauí –, suas histórias se cruzaram nas manchetes da imprensa, por causa de um desfecho trágico. Com apenas quatro dias de diferença, as duas jovens se mataram, pela mesmíssima razão. Elas haviam descoberto que imagens íntimas delas, compartilhadas com pessoas em quem confiavam, se multiplicavam pela internet. Envergonhadas e desesperadas, totalmente inexperientes, decidiram fugir de uma situação que lhes parecia intolerável. Ao escolher o suicídio, tornaram-se vítimas, mais um par de vítimas, de um perigo assustadoramente próximo da nova geração: a exposição excessiva na internet, e suas terríveis consequências.
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As circunstâncias em que as imagens foram divulgadas ainda estão sob investigação. A polícia de Parnaíba apura como um vídeo de poucos segundos, em que Júlia aparece numa relação sexual com uma jovem e um rapaz, se difundiu num aplicativo de bate-papo usado em celulares, o WhatsApp. “É provável que ela mesma tenha compartilhado com alguns amigos num grupo do aplicativo”, afirma o delegado Rodrigo Moreira Rodrigues, da Delegacia Regional da Polícia Civil de Parnaíba. Em Veranópolis, a polícia suspeita que um amigo de 17 anos de Giana enviou a alguns colegas uma imagem da garota com os seios desnudos, capturada por webcam numa conversa entre eles, há seis meses.
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As mortes de Giana e Júlia soam como tragédias repetidas. Casos semelhantes se sucedem em outros países. Nos Estados Unidos, Jesse Logan, de 18 anos, se suicidou, em 2008, depois que seu ex-namorado divulgou fotos nuas feitas por ela. No ano seguinte, Hope Witsell, de apenas 13 anos, tomou a mesma decisão quando fotos dela seminua foram divulgadas em sua escola, e ela virou alvo de bullying. Com o acesso quase universal a celulares e tablets, divulgar flagrantes de momentos privados é uma questão de poucos – e irresistíveis – cliques. Fotos que revelam o corpo e vídeos de momentos a dois são capturados por câmeras cada vez mais poderosas e enviados ao parceiro ou pretendente, como parte do jogo de sedução. Ou como prova de confiança. A prática, comum entre adolescentes no mundo inteiro, ganhou até nome: “sexting”, um neologismo formado pela mistura das palavras sexo e texting (o ato de mandar mensagens de texto pelo celular).
*Reportagem de Istoé
Vingança mortal

Dois casos de adolescentes que se mataram após terem sua intimidade exposta na rede mostram o quanto os jovens são suscetíveis a esse tipo de crime virtual e como a legislação brasileira ainda é falha
Um levantamento realizado pela ONG SaferNet Brasil, especializada em crimes cibernéticos, revelou que, neste ano, 34% dos jovens entre 16 e 23 anos já namoraram pelo menos uma vez pela rede usando ferramentas de produção de vídeo. O registro de cenas íntimas, seguido da divulgação nas redes sociais, tem causado sérias consequências para as vítimas, como o abandono da vida escolar, humilhações e, em situações mais extremas, o suicídio. O caso mais recente aconteceu na quinta-feira 14, em Veranópolis, no Rio Grande do Sul. Uma jovem de 16 anos se matou depois de descobrir que o ex-namorado teria espalhado imagens dela seminua nas redes sociais. De acordo com o delegado Marcelo dos Santos Ferrugem, responsável pelo caso, os culpados serão enquadrados no Estatuto da Criança e do Adolescente, que considera crime grave a divulgação de fotos e vídeos de crianças e jovens em situação de sexo explícito ou pornografia. No caso da menina de Veranópolis, o principal suspeito é um jovem que teve o nome gravado no chat utilizado para registrar as imagens.
Julia Rebeca tinha 17 anos e foi achada morta enrolada no fio da chapinhaJulia Rebeca tinha 17 anos e foi achada morta enrolada no fio da chapinha
Quatro dias antes da morte da adolescente gaúcha, outra garota experimentou o mesmo drama. Em Parnaíba, no Piauí, Júlia Rebeca, de 17 anos, foi encontrada morta em seu quarto após ter um vídeo íntimo publicado na internet. As imagens da menina tendo relações sexuais com um garoto e outra adolescente vazaram nas redes sociais e foram distribuídas por celulares. A polícia continua apurando o caso, mas como a jovem foi encontrada pela tia com um fio de uma prancha alisadora enrolado no pescoço, a principal hipótese é a de suicídio. Retraída nas últimas semanas, Júlia escreveu uma mensagem de despedida em seu Instagram e no Twitter: “É daqui a pouco que tudo acaba”. Para a secretária-adjunta de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Rosangela Maria Rigo, a divulgação de conteúdos íntimos pela internet é um crime que equivale à violência doméstica. “Casais podem filmar a vida íntima, o problema é quem tem o controle dessas imagens.”
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Se antes a maior ameaça vinha de desconhecidos que invadiam os dispositivos móveis e espalhavam fotos íntimas, os casos mais recentes mostram que o risco agora vem do namorado ou do marido que, ressentido com o término do relacionamento, está disposto a tudo para se vingar. O fenômeno cresceu tanto que ganhou um nome, “pornovingança”. Aconteceu em 2006 com a paranaense Rose Leonel. Sete anos depois de ser exposta por um ex-namorado, ela ainda se lembra do sofrimento. “Ele pedia constantemente para fazermos fotos íntimas até que um dia eu aceitei, para agradá-lo.” Rose conta que eles chegaram a gravar CDs com imagens e vídeos. “Ele prometeu que guardaria tudo em um cofre.” Mais tarde, descobriu que o ex-namorado negociou a abertura de um site com fotos suas por R$ 1 mil. Rose terminou o relacionamento e a ameaça veio em seguida: “Ele disse que destruiria minha vida.”
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A paranaense perdeu emprego, amigos e nunca mais saiu de casa sozinha. Até que, em março deste ano, criou a ONG Marias da Internet, para dar apoio psicológico e jurídico a mulheres que foram vítimas de crimes cibernéticos. “Recebo denúncias frequentemente por telefone e redes sociais e quero fazer alguma coisa para ajudar as pessoas a enfrentar esse problema”, diz. Outro triste caso que ganhou notoriedade no País foi a exposição de um vídeo íntimo de Francyelle dos Santos Pires, de 19 anos, que vive em Goiânia. Mãe de uma menina de 2 anos, ela teve de mudar a aparência e parar de trabalhar depois de ser massacrada por mensagens na internet. “Não tenho mais vida, não consigo sair, estudar nem trabalhar”, afirma. A suspeita é de que a divulgação tenha sido feita por um ex, Sérgio Henrique de Almeida Alves, de 22 anos. Para o presidente da ONG SaferNet Brasil, Thiago Tavares de Oliveira, a legislação para punir os responsáveis por crimes virtuais ainda engatinha no País. “O Brasil vive um vácuo no que diz respeito à privacidade na rede.”
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Duas propostas, no entanto, foram lançadas recentemente para diminuir a incidência desses crimes. Um projeto em tramitação no Congresso Nacional quer estender a Lei Maria da Penha para delitos virtuais. Ele prevê que qualquer divulgação de imagens, informações, vídeos ou áudios obtidos a partir de relações domésticas, sem o consentimento da mulher, passe a ser entendido como violação de intimidade. Em outubro, o deputado federal Romário (PSB-RJ) também apresentou um projeto de lei que criminaliza a publicação indevida de vídeos. “O criminoso se aproveita da vulnerabilidade gerada pela confiança da pessoa”, diz ele. Para Tamara Biolo Soares, diretora de Direitos Humanos e Cidadania de Justiça da Secretaria de Justiça do Rio Grande do Sul, a sociedade pode ajudar, desautorizando a prática. “As pessoas não podem naturalizar e compartilhar crimes como esses.”
*Reportagem da VejaPunição psicológica Tanto no caso de Giana quanto de Júlia, a polícia investiga os responsáveis pela disseminação das imagens, ambas consentidas. Giana foi vítima de um garoto com quem trocava mensagens no Skype e para quem mostrou os seios na webcam. O rapaz capturou a imagem e repassou para outros cinco amigos. Foi o suficiente para a foto de Giana, nua, se espalhar pela internet.
No caso da piauiense, pelo ângulo como o vídeo foi captado, presume-se que foi Júlia quem filmou toda a ação, mas a Polícia Civil do Piauí ainda investiga a morte. Os condenados nesses casos podem responder por até três crimes, produzir, armazenar e divulgar esse tipo de material, previstos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Desde 2008, foram estabelecidas três penas diferentes para quem capta, armazena e distribui imagens de sexo envolvendo crianças e adolescentes. Juntas, essas penas vão de oito a dezoito anos de reclusão. Nos últimos quatro anos, a Polícia Federal prendeu cerca de 300 pessoas envolvidas nesses crimes.
O rigor jurídico previsto para casos envolvendo adolescentes desaparece, entretanto, quando se trata de vítimas maiores de idade. Nesses casos, os culpados respondem pelos chamados crimes contra a honra, injúria e difamação, previstos no Código Penal com pena que varia de três meses a um ano. A defesa da goiana Fran Santos, de 19 anos, tenta enquadrar o ex-namorado Sérgio Henrique Alves, de 22 anos, na Lei Maria da Penha por agressão, após ele ter divulgado vídeo íntimo do casal. Ele nega ter distribuído o vídeo.
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Aceitação social
A busca por reconhecimento público é exacerbada na era da internet. Na adolescência, essa necessidade de aceitação é ampliada. É por meio dela que os jovens constroem a própria identidade, testando as reações provocadas por seus comportamentos. “Quando essas relações sofrem um abalo, o sofrimento é enorme porque quase toda a vida social dos adolescentes está relacionada à internet. Para eles, a imagem pública tem mais valor até do que a percepção de si mesmo. A morte social hoje na internet é sinônimo de morte literal”, diz o psicólogo Rodrigo Nejm, diretor da ONG Safernet.
Não é preciso um fim trágico para casos de vazamento de imagens de sexo envolvendo adolescentes ser passível de sofrimento para toda a família.
A PF aponta algumas dicas para não ter sua intimidade divulgada:

1-PrevençãoSegundo orientações da ONG Safernet Brasil, para evitar ter a privacidade devastada nas redes sociais, o ideal é não produzir fotos íntimas no ambiente virtual. Apesar de representar uma restrição ao livre uso da internet, a recomendação é válida já que o controle sobre qualquer conteúdo virtual é praticamente impossível. “Você colocaria fotos íntimas no mural da escola ou sairia distribuindo em um shopping center? E por que então fazer isso na internet, espaço que também é público?”,reflita.
2-Aliciadores
Desconfie sempre de desconhecidos que pedem para receber fotos ou se comunicar por meio da webcam em salas de bate-papo ou em redes sociais. Nunca se tem certeza de quem está do outro lado. Aliciadores agem ganhando a confiança da vítima e, depois, manipulam imagens enviadas inocentemente e fazem montagens para chantagear. Nessas situações, bloqueie o usuário e acione a polícia.
3-Criptografar
Existem serviços que criptografam mensagens e impedem pessoas desautorizadas de acessar seu conteúdo. A medida é útil para quem quiser exercer o poder de sedução por meio da internet com segurança.
4-Denuncie
No caso de receber via internet qualquer tipo de conteúdo pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes, deve-se prestar queixa à polícia por se tratar de um crime. A denúncia pode ser feita no Disque 100 (canal de comunicação do Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos), em qualquer delegacia ou ao conselho tutelar mais próximo.
5-Peça ajuda
Toda vítima de vazamento de fotos íntimas na internet deve procurar orientação de um advogado após fazer denúncia à polícia. Se alguém conhecido estiver passando por isso, o encoraje a denunciar.
6-Ao vivo
É preciso ter cuidado ao usar a twitcam (ferramenta que permite usuários do Twitter transmitir conteúdos ao vivo). O que é dito ou exibido na rede pode ser visto instantaneamente por pessoas do mundo inteiro, inclusive as más intencionadas.
7-Ajuda profissional
Caso passe pelo constrangimento de ter fotos íntimas espalhadas pela internet, é importante procurar um psicólogo para enfrentar a situação. O cyberbullying pode ser devastador para a autoestima, o que pode causar depressão e estresse pós-traumático.
Fonte: Com informações de Época, Istoé e Veja
Publicado Por: Apoliana Oliveira

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