CRISTIANISMO BUDISTA


Cristianismo Budista

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Só o título já dá que pensar. Não vejo essa questão como sendo algo polémico. Vejo sim como uma questão que tem de ser abordada por todos aqueles que acreditam. Numa sociedade ocidental e maioritariamente cristã, como é Portugal, não deveremos ter estes fantasmas no armário. A pergunta que se faz é, tendo uma educação cristã, é possível acreditar em Deus e ao mesmo tempo nos ensinamentos de Buda ? Para mim a resposta é sim. E digo-o afirmativamente por várias razões. Uma delas é que eu vejo Deus como uma religião e Buda como um filosofo. Parece que cometi uma heresia ? Não acredito nisso. Acredito fielmente nos ensinamentos de Buda, que não se achava um Deus, que nem queria ser venerado como tal, e ao mesmo tempo sinto em mim, a influência que o senhor tem na minha vida. Será um cenário ideal ? Não tem de ser ideal, porque o cenário, ou o caminho a percorrer depende exclusivamente de nós, de modo a englobar todas as nossas crenças, ideias e objectivos de vida. Se ser cristão significa confiar tudo em Deus, ser Budista ou acreditar no Budismo é na prática, acreditar nos ensinamentos que os iluminados budistas nos tem para dar. Não são deuses, são homens. Homens de sabedoria. Homens de fé. Quem sou eu para julgar quem se dedica a espalhar os ensinamentos que são puros ? O Cristianismo e o Budismo no fim do seu caminho, algo em comum: São ambos caminhos de salvação. São plataformas de fé, que se podem cruzar mutuamente na mesma dimensão e até certa forma complementarem-se e enriquecerem-se de uma forma bela. Ambos os lados fazem parte de sociedade tão distintas que são a ocidental e oriental, e no entanto, apesar de métodos e caminhos tão diferentes e dispares, de propagar o verdadeiro amor, compaixão e dedicação, suprimir o ódio, egoísmo e maldade dos nosso corações e promover a verdadeira solidariedade, aquela solidariedade que pouco se vê nos dias de hoje, e fazer com o que é correctamente moral seja a regra e não uma farsa, que o pensamento siga um linha de orientação o mais perfeita que existe, apesar de sabermos que a perfeição não existe e que o ser humano em si é imperfeito. Claro que como em tudo há imperfeições que perturbam. Não há caminhos perfeitos, mas não poderemos julgar os escândalos da igreja como obra do Senhor, tal como não poderemos pensar que a auto-imolação dos seguidores do Budismo fosse algo que o Buda iria aprovar. Falo deste assunto, porque é pegando no melhor dos dois mundos, não minimizando ou glorificando um mais que o outro que iremos encontrar o equilíbrio. Se conseguirmos incorporar a dignidade humana, os valores bons de coração que ambos os lados apregoam, já seremos de facto melhores enquanto pessoas e seres humanos. Porque se acreditarmos em ambos os lados, ninguém deverá ir contra este nosso “pensar” ou maneira de estar. Porque quem acredita e pratica o bem, quem é seguidor e a solidariedade faz acontecer, não dever ser venerado, mas sim humildemente respeitado por conseguir conjugar nas suas crenças, ambos os lados. A riqueza espiritual, cultural e a identidade própria é valorizada claramente. Mas no fim do dia, acreditar em Deus e em Buda, não significa que somos hereges. Significa sim, que a nossa visão pessoal é aglutinadora de tudo aquilo que é bom e positivo e só temos a ganhar se conseguirmos praticar o bem em nome de ambos os lados.

Que Deus vos acompanhe !

Namastê !

Autor: Paulo César



Fonte:http://portaldobudismo.com/



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